A comissão que acompanha as ações de combate à pandemia discutiu nesta segunda-feira (16) a necessidade de uma terceira dose da vacina contra a covid-19 em pessoas já imunizadas. Segundo a representante do governo, Rosana Leite, alguns grupos vão precisar da dose extra e o Ministério da Saúde já estuda quais imunizantes poderão ser utilizados para este fim. O senador Esperidião Amim (PP-SC) defendeu que o governo providencie um Plano Nacional de Imunização complementar.
Transcrição
A PANDEMIA MUDOU DE PERFIL E A TERCEIRA DOSE DA VACINA É ESTRATÉGICA, DEFENDERAM ESPECIALISTAS À COMISSÃO DA COVID.
O GOVERNO ANALISA OS IMUNIZANTES QUE PODERÃO SER UTILIZADOS PARA O REFORÇO VACINAL E OS GRUPOS QUE SERÃO CONSIDERADOS PRIORITÁRIOS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA
A comissão que acompanha as ações de combate ao coronavírus ouviu especialistas sobre a necessidade de aplicar um reforço da vacina em pessoas já imunizadas. Segundo a secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite, o governo já estuda quais grupos seriam mais beneficiados pela terceira dose e quais imunizantes poderão ser utilizados para o reforço.
Em determinadas faixas etárias determinados imunizantes realmente está diminuindo essa proteção. Temos alguns estudos preliminares, porém eles ainda não foram publicados, são discussões internas, nem podemos publicitar tanto em respeito aos pesquisadores, porém já estamos tomando decisões a nível de gestão, o que fazer, o planejar, o quantificar esses grupos.
Na última semana, os Estados Unidos liberaram a aplicação de uma terceira dose das vacinas Pfizer ou Moderna para pessoas imunideprimidas, como aquelas que receberam transplante de órgãos. Segundo Rosana, os grupos prioritários no Brasil não devem ser muito diferentes. Já a pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, declarou que houve um rejuvenescimento no perfil da pandemia, com média de 53 anos para internados no último mês, muitos deles já imunizados com duas doses das vacinas. Ela defendeu que, além de idosos, sejam priorizados os profissionais de saúde, que se vacinaram no início da campanha e estão diariamente expostos ao vírus.
A meu juízo os grupos prioritários seriam, sem dúvida, pessoas vacinadas com vacina de vírus inativado, sobretudo com a Coronavac a partir de 70, profissionais de saúde e todas aquelas pessoas, independente de idade, portadoras de imunodeficiências.
Para o senador Esperidião Amim, do PP de Santa Catarina, diante das informações repassadas pelos especialistas, o governo deve providenciar um Plano de Imunização complementar. Ele lembrou da morte do ator Tarcísio Meira, que tinha o esquema vacinal completo.
Não precisamos esperar mais nenhuma morte nessa faixa etária para convalidar o princípio de que é preciso complementar a vacina. Temos que solicitar um plano de imunização complementar. É a conclusão.
Também participou da reunião a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, que garantiu que a Agência está preparada para autorizar a aplicação da terceira dose, desde que essa necessidade seja comprovada por estudos científicos.
Rádio Senado/conteúdo
Comentários