A cidade de Itapetinga, no Médio Sudoeste da Bahia, está de luto após a morte de Lucas Fabiano Almeida, um jovem de 28 anos que residia com os pais, Fabiano e Aline, no bairro Vila Érica. Lucas trabalhava como mototaxista nas horas vagas e era conhecido por sua dedicação e esforço. Recentemente, Lucas havia sido diagnosticado com um problema no pulmão e vinha se tratando desde então. No entanto, no último domingo, dia 15 de junho, ele teve uma recaída e foi encaminhado para o Hospital Cristo Redentor/Fundação José Silveira, onde foi atendido, medicado e liberado. Infelizmente, na segunda-feira, dia 16 de junho, Lucas voltou a ter os mesmos sintomas e seu coração parou. Ele não resistiu e veio a óbito. Lucas deixa uma família composta por sua irmã Júlia, o pai Fabiano Almeida, a mãe Aline Gandra, o avô Gildart Mendes e a avó Maria Gandra. A perda de Lu...
Marciano inventou em sua dupla o sertanejo como conhecemos hoje
Carlos Silva
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Do R7
Transformadores sem serem transgressores, dupla com João Mineiro abriu caminho para o pop. Luan Santana e companhia têm muito a agradecer
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Marciano morreu nesta madrugada de sexta-feira (18) e levou consigo uma história que desenhou a nova música sertaneja, aquela que rompeu a barreira dos grotões e invadiu primeiro os toca-fitas, depois os CDplayers e por fim os celulares das classes média e alta, não só dos mais pobres.
Antes dele — e, sim, isso não é exagero —, a música sertaneja patinava no imenso muro que o Brasil dito rico impôs para que que a música essencialmente popular no país não passasse do quarto das empregadas e das casas daqueles que prestavam serviço a quem tinha dinheiro.
Quando as listas de YouTube ou de serviços de streaming de música não eram o principal meio para chegar ao ouvinte, o rádio cumpria esse papel. E havia uma divisão entre o que era chique (as rádios FMs) e o que era cafona ou coisa de pobre (as AMs).
Com Marciano, o sertanejo ficou pop.
Já havia Milionário (com quem formou dupla após a separação com João Mineiro) e José Rico e sua longa “Estrada da Vida”, mas mesmo o estrondoso sucesso da música não fez os trovadores do interior romperem esse limite.
Marciano não: era dele a composição “Fio de Cabelo”, aquela que inventa Chitãozinho e Xororó, mas que o autor jamais gravou. E foram dele e João Mineiro as gravações de “Ainda Ontem Chorei de Saudade” e “Seu Amor Ainda é Tudo”, de Moacyr Franco, que impulsionaram essas gravações com violas e tons de bolero para classes distintas daquelas que eles atingiam.
Entre 1986 e 1988, eles emplacaram essas duas canções nas FMs e os programas que exibiam esses músicos passaram a frequentar um horário mais nobre nas grades das emissoras de TV.
Um exemplo: a RecordTV tinha um programa dedicado para o assunto aos domingos pela manhã, o Canta Viola, com Geraldo Meirelles. Em 1987, ela já exibia em um horário mais nobre, durante a semana, o Especial Sertanejo de Marcelo Costa.
Quando a dupla estoura com os boleros de Moacyr Franco, ela abre caminho. E partir daí vieram Leandro e Leonardo em 1988, Zezé di Camargo e Luciano em 1991 e tantas outras duplas depois com a mesma fórmula daqueles dois hits.
Eles estavam enterrando uma geração que só conversava com as AMs para construir outra, urbana, já convencida de que o sertanejo era pop, sim. Para que isso fosse traduzido em grandes vendagens e recordes de execução foi um estalo.
Essa percepção do que o consumidor de música queria era tão clara que gerou absurdos como a recusa de João Mineiro em gravar “Fio de Cabelo” por acha-la velha demais.
Transformadores sem serem transgressores, João Mineiro e Marciano inventaram o sertanejo moderno. Luan Santana e companhia têm muito a agradecer a eles.