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Grave Acidente em Itapetinga: Motociclista Colide com Ônibus e é Transferido para Vitória da Conquista

                                                  (Foto reprodução)      Na noite deste domingo (15), por volta das 19h30, um grave acidente automobilístico foi registrado no centro de Itapetinga, no Médio Sudoeste da Bahia. Um jovem de 26 anos, identificado como Marcos Freire Santos, pilotava uma motocicleta Honda Pop 100 e colidiu com um ônibus coletivo no cruzamento das ruas José Bonifácio e Benjamin Constant.     Após o acidente uma equipe do SAMU 192 foi acionada ao local e realizou os primeiros socorros. Devido à gravidade dos ferimentos, o jovem foi transferido para o Hospital de Base em Vitória da Conquista, onde recebeu atendimento médico. A vítima sofreu uma suspeita de fratura na perna direita.    A Coordenadoria Municipal de Trânsito (Comutran) foi notificada e compareceu ao local da ocorrência. Até o fechamento desta...

Congresso derruba vetos e garante mais recursos para setor cultural

 

Com a presença em Plenário de artistas, empresários, produtores e secretários de Cultura, o Congresso Nacional derrubou, na noite desta terça-feira (5), os vetos do presidente Jair Bolsonaro à Lei Aldir Blanc 2 e à Lei Paulo Gustavo, ambas criadas para incentivar atividades culturais via estados e municípios. 


A votação foi possível a partir de um acordo entre líderes partidários e governo, o que permitiu ainda a análise de quase toda a pauta do dia, que tinha 27 itens. Com a derrubada dos vetos, os textos serão agora promulgados pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, tornando-se leis. Juntas, as duas proposições somam repasses iniciais de R$ 6,8 bilhões.


Lei Aldir Blanc 2

O veto relativo à Lei Aldir Blanc 2 foi rejeitado por 414 deputados federais. Trinta e nove quiseram mantê-lo, mas foram derrotados. Houve ainda duas abstenções. No Senado, o placar foi unânime: 69 a 0. 


A Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura é uma homenagem ao compositor Aldir Blanc Mendes, que morreu em maio de 2020 em decorrência da covid-19. Ela foi aprovada no Senado em março deste ano e é resultado do PL 1.518/2021.


A iniciativa enumera 17 ações e atividades que podem ser financiadas. Entre elas, exposições, festivais, festas populares, feiras e espetáculos, prêmios, cursos, concessão de bolsas de estudo e realização de intercâmbio cultural.


O dinheiro também poderá ser usado para aquisição de obras de arte, preservação, organização, digitalização do patrimônio cultural, construção ou reforma de museus, bibliotecas, centros culturais e teatros, aquisição de imóveis tombados para instalação de equipamentos culturais e manutenção de companhias e orquestras. 


Lei Paulo Gustavo

Já o veto presidencial sobre a Lei Paulo Gustavo foi derrubado por todos os 66 senadores que votaram. Na Câmara, ainda houve divergência: 356 a 36. 


O texto autoriza repasse de cerca de R$ 3,86 bilhões em recursos federais a estados e municípios para fomento de atividades e produtos culturais, como forma de atenuar os efeitos econômicos e sociais da pandemia de covid-19. Do total a ser liberado pelo Poder Executivo, R$ 2,797 bilhões devem ir para o setor de audiovisual. O restante (R$ 1,065 bilhão) será repartido entre outras atividades culturais. 


O nome do projeto homenageia o ator e humorista Paulo Gustavo, que morreu em maio de 2021, também vítima da covid-19. A verba prevista deve sair do superávit financeiro do Fundo Nacional de Cultura (FNC) e deverá ser operada diretamente por estados e municípios. 


Comemoração

O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) afirmou que a cultura não tem cores e não é de esquerda, de centro ou de direita. E que, por isso mesmo, não pode ser usada para doutrinação:

— Cultura tem a ver com raciocínio crítico, com a forma de se manifestar de um povo. O país não aguenta mais essa discussão estéril e infrutífera, que prega que não podemos investir em cultura para beneficiar A ou B. Nação nenhuma se desenvolve sem valorizar a cultura. Destinar recursos a esse setor não é gasto, é investimento — declarou ele.


Segundo o senador Randolfe Rodrugues (Rede-AP), artistas de todo o Brasil se mobilizaram pelos dois vetos — vetos que, segundo ele, sintetizam o desprezo do governo Bolsonaro pela cultura brasileira. 


— O governo argumentou que precisa analisar o impacto da Lei Paulo Gustavo. Chega a ser cínico esse argumento; logo o governo que deu à luz uma proposta de emenda à Constituição kamikaze que agora está na Câmara —  disse Randolfe, referindo-se à PEC 1/2022, que viabiliza o incremento de programas sociais em ano de eleição. 


Para o senador Humberto Costa (PT-PE), os dois vetos mostraram a "pequenez do governo e do próprio presidente da República". 

— Tenho a noção exata, não apenas como cidadão e parlamentar, da importância da cultura e da arte para nosso país. A Lei Paulo Gustavo quer atender emergencialmente a demanda do setor cultural, que foi sem dúvida um dos mais atingidos na pandemia, um dos primeiros a parar e um dos últimos a retomar suas atividades — ressaltou.


Humberto Costa, assim como a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), lembrou também a importância do setor artístico-cultural para a economia brasileira, com a geração de empregos e o recolhimento de tributos. 


O senador Paulo Rocha (PT-PA), por sua vez, apontou a mobilização de artistas de todas as áreas. Segundo ele, foi a mobilização de poetas, cantores, atores e artesãos que qualificou o debate no Congresso e permitiu aos parlamentares darem resposta aos problemas da cultura brasileira. 


— Agora socorremos e fizemos justiça para amenizar os efeitos nocivos da pandemia sobre esses profissionais. Nosso sentimento é de grande vitória — comemorou.


Concordância do governo

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez questão de frisar que a derrubada desses vetos só foi possível ao acordo com o governo, que teve a concordância do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, o governo federal não deixou ninguém para trás na pandemia. 


— O governo entra para a história com essa votação, pois outros governos que o antecederam disseram defender a cultura, mas jamais fizeram algo parecido. Dessa forma, os recursos vão para o lugar certo, para os pequenos — afirmou. 



Lei Paulo Gustavo Lei Aldir Blanc 2
Veto: 18/2022 Veto: 20/2022
Origem: PLP 73/2021 Origem: PL 1.518/2021
Autor: Senador Paulo Rocha (PT-PA) Autor: Deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e outros deputados federais
Relator no Senado: Eduardo Gomes (PL-TO) e Alexandre Silveira (PSD-MG) Relator no Senado:  Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)

Objetivos:

- Garantir o apoio financeiro da União aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para ações emergenciais ao setor cultural

- Destinar R$ 3,86 bilhões do Orçamento Geral da União aos entes federativos com a finalidade de fomentar o setor cultural

- Alterar a Lei de Responsabilidade Fiscal para não contabilizar na meta de resultado primário as transferências federais aos demais entes da Federação para enfrentamento das consequências sociais e econômicas no setor cultural decorrentes da pandemia.

- Para custear o repasse, a proposta autoriza o uso de recursos advindos do superávit financeiro do Fundo Nacional de Cultura (FNC)

- Alterar a Lei de Responsabilidade Fiscal para permitir que os entes excluam os recursos da meta de resultado primário

Objetivos:

- Estender por por cinco anos o benefício criado pela Lei Aldir Blanc (14.017/2020)

- Repasses anuais de R$ 3 bilhões da União para que os entes atuem em ações do setor cultural

- 80% dos recursos devem ser destinados a ações de apoio ao setor cultural, como o lançamento de editais, prêmios e outros instrumentos destinados à manutenção de espaços, iniciativas, cursos, produções e atividades culturais, além da manutenção de espaços artísticos permanentes

- Os 20% restantes devem ser aplicados em ações de incentivo a programas e projetos em áreas periféricas urbanas e rurais, bem como em áreas de povos e comunidades tradicionais

- 17 ações e atividades podem ser financiadas pela política, como exposições, festivais, festas populares, feiras e espetáculos, prêmios, cursos, concessão de bolsas de estudo, realização de intercâmbio cultural, entre outras atividades

Razões alegadas para o veto de Bolsonaro:

Contrariedade ao interesse público ao criar despesa corrente primária que estaria sujeita a limite constitucional

- Compressão das despesas discricionárias que se encontram em níveis criticamente baixos

- Enfraquecimento de regras de controle, eficiência, gestão e transparência elaboradas para auditar os recursos federais

Razões alegadas para o veto de Bolsonaro:

- Retirada de autonomia do Executivo federal em relação à aplicação dos recursos

- Vício de inconstitucionalidade e contrariedade ao o interesse público; não atende à Lei de Responsabilidade Fiscal e à Lei de Diretrizes Orçamentárias 2022, tendo em vista que haveria a ampliação da despesa primária obrigatória, de natureza corrente, com duração de cinco exercícios financeiros, sem a apresentação das medidas compensatórias.

- Desrespeito ao teto de gastos e ao resultado primário



*Com informações /Agência Senado

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