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Veículos colidem na Vila Isabel em Itapetinga

                                      ( Foto reprodução/redes sociais)  Felizmente não houve feridos com  muita gravidade nesse acidente,  ocorrido entre o ônibus da Viação Itapetinga e um carro de uma Funerária.  Por volta das 12:30 hs, na tarde desta quinta-feira 25, foi registrado uma colisão entre veículos de empresas. O acidente ocorreu no perímetro urbano de Itapetinga, no Sudoeste baiano.  Ainda segundo informações preliminares, deram conta de que o condutor do carro teria sofrido ferimentos e precisou ser socorrido pelo SAMU ( Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). O rapaz foi encaminhado para uma unidade hospitalar.  O acidente aconteceu nas imediações do distrito industrial de Itapetinga, precisamente na Avenida. Paulo Souto em um cruzamento de ruas. O carro envolvido no acidente, seria de propriedade da empresa denominada Afagu Funerária, que seguia do Distrito Industrial, para adentrar na avenida, quando houve a colisão.  Aparentemente não há placas visíveis de sinaliza

Pandemia revela fragilidades da assistência a gestantes e mulheres no pós-parto

 

Pelo segundo ano consecutivo, a celebração do Dia das Mães vai ser prejudicada pela pandemia de covid-19. As tradicionais reuniões de família repletas de pessoas e manifestações de afeto terão de ficar para 2022 para quem quer preservar a saúde dos participantes.  Até mesmo negar um abraço poderá significar cuidado. Mas o que fazer quando a maternidade chega justamente durante a maior crise sanitária da história do Brasil?


Com o vírus ainda em circulação, a gestação acaba por trazer preocupações antes não imaginadas. De acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), o número de mortes de mulheres grávidas ou no pós-parto (puérperas) por infecções respiratórias e outras complicações triplicou em 2021, em relação à média semanal de 2020.


Durante as 45 semanas epidemiológicas do ano passado, foram registradas 457 mortes de grávidas e puérperas — média de 10,16 óbitos semanais. Neste ano, em apenas 16 semanas, o número foi superado: 494 dessas mulheres não resistiram à doença — média de 30,88 mortes semanais. Isso significa que, de 2020 para 2021, houve um aumento de 204% na média semanal de óbitos, enquanto na população geral, o crescimento foi de 90,5%.


No que diz respeito aos números gerais do universo de gestantes e mulheres na condição de pós-parto, sem considerar a média mensal, e contabilizando apenas os casos finalizados, o número de óbitos por covid-19 em relação ao número de infectadas cresceu em 81,42% do ano passado para cá. Na comparação de gestantes com puérperas, estas últimas aumentaram sua participação na estatística da mortalidade materna, que passou de 13,9%  em 2020 para 29% em 2021.


Não é só a morte que preocupa. Se analisados os números do contágio, que é o ponto de partida para vários problemas, o risco para as mulheres continua presente. A última atualização do observatório, em 30 de abril, aponta 10.818 gestantes e mulheres no pós-parto infectadas desde o início da pandemia. Desse total, 37,26%  pegaram o coronavírus em 2021.


A médica obstetra Rossana Francisco, professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP) e uma das criadoras do OOBr Covid-19, conta que o painel foi criado com o intuito de dar visibilidade e facilitar a interpretação dos dados relacionados à saúde materno-fetal. Segundo ela, os dados refletem um problema específico do país no cuidado de gestantes e puérperas.


— Esses números mostram uma realidade triste que nós já temos no Brasil: a fragilidade e a falta de cuidado com a saúde materna, que ficam ainda mais evidentes quando temos uma situação de sobrecarga do sistema de saúde — afirma Rossana, também presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp).


Conforme dados do Ministério da Saúde, a mortalidade materna se situava em 55,3 casos fatais para cada 100 mil nascidos vivos em 2019, ano anterior ao início da pandemia, quando a meta do país no contexto dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável traçados pela Organização das Nações Unidas é ter no máximo 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até o ano de 2030. Em termos mundiais, a ONU quer reduzir essa relação para menos de 70 por 100 mil nascidos vivos.


O quanto a mortalidade materna no Brasil foi potencializada pela pandemia é algo que vai se saber nos próximos meses, com a divulgação de estatísticas ainda em elaboração, mas os números já disponíveis mostram um quadro dramático.


Falta de tratamento


Os dados analisados pelo observatório são baseados nas notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) confirmados para covid-19 e não especificados na base de dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep Gripe). Segundo Rossana Francisco, o alto número de mortes está associado à falta de assistência e tratamentos adequados. Uma em cada quatro grávidas e puérperas que faleceram em decorrência da covid-19 não foi internada em uma unidade intensiva de saúde (UTI) e um terço delas não passou pela intubação.


— Nós temos que considerar que a covid é uma doença grave, então quando pensamos na evolução da doença, a pessoa vai piorando principalmente a parte respiratória, passa a precisar de oxigênio e depois pode precisar de uma internação em UTI e também de uma intubação orotraqueal. Então, é esperado que antes de uma pessoa falecer, ela possa ter acesso tanto à UTI quanto à intubação. Isso, quando analisamos que nós temos um percentual de mulheres que morreram sem serem internadas nas UTIs ou sem utilizar a intubação, nos levanta a possibilidade de que essas mulheres, mesmo precisando, não tiveram acesso a esse serviço — explica a obstetra.


Diante das precariedades do atendimento e da agressividade das novas variantes do coronavírus a gestantes e puérperas, o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Parente, chegou a pedir que, se possível, as mulheres adiassem a gravidez até o fim da pandemia. Na recomendação, o secretário comparou o atual momento com a epidemia de Zika vírus, que se espalhou pelo Brasil em 2016 e deixou muitos bebês com a grave sequela da microcefalia.


"A gente sabe que na época do Zika, durante um, dois anos, se teve uma diminuição da gravidez no Brasil, e depois aumentou. É normal. É óbvio que a gente não pode falar isso para alguém que tem 42, 43 anos, mas para uma mulher jovem, que pode escolher um pouco o seu momento de gravidez, o mais indicado agora é você esperar um pouquinho até a situação ficar um pouco mais calma", disse Raphael Parente em coletiva de imprensa em 16 de abril.


Recomendações

A evolução da doença vem sendo acompanhada desde o ano passado pela secretaria comandada por Parente, que lançou em setembro a primeira versão do Manual de Recomendações para a Assistência à Puérpera Frente à Pandemia de Covid-19 para consulta de profissionais e gestores de saúde, levando em consideração a diversidade geográfica e socioeconômica do país. Atualizado em 8 de abril, o documento visa orientar o acesso e a qualidade da assistência durante a atual pandemia, a fim de evitar as mortes maternas causadas por adoecimento e os agravos ao embrião ou feto.


De acordo com o manual, diferentemente do que se pensava no início da pandemia, as gestantes e puérperas até o 14º dia de pós-parto devem ser consideradas “como grupo de risco para o desenvolvimento de formas graves ou fatais da covid-19, principalmente a partir do 3º trimestre gestacional e na presença de doenças pré-existentes”. O Ministério da Saúde ainda deixa uma série de recomendações sobre as vias de transmissão, diagnóstico precoce e atendimento adequado ao grupo nas diversas fases da infecção, estabelecendo parâmetros para se constatar anormalidades, a começar de aspectos básicos como a temperatura, pressão sanguínea e batimentos cardíacos.


A febre e a oxigenação insuficiente do sangue (hipoxemia), por exemplo, “podem aumentar o risco de trabalho de parto prematuro, rotura prematura de membranas e comprometimento do bem-estar fetal”, conforme o manual. As gestantes e puérperas também apresentam maior risco de eventos tromboembólicos, ou seja, a formação de coágulos de sangue no interior das veias, bloqueando de forma parcial ou totalmente a circulação. Considerando o impacto de tromboses na saúde de gestantes e puérperas com quadro moderado ou grave de covid-19, elas devem receber anticoagulantes de forma preventiva, dependendo da avaliação médica.


Os óbitos maternos decorrentes de complicações cardiopulmonares ou falência múltipla dos órgãos podem estar associados a obesidade, diabetes e doença cardiovascular, à semelhança da população geral.


Vacinação

Para quem já engravidou, a questão agora é o cuidado, mas isso se insere no mesmo ambiente complexo de uma política de combate à covid-19 investigada no Senado por uma comissão parlamentar de inquérito, a CPI da Pandemia.


A orientação do Ministério da Saúde é que todas as unidades da Federação incluam gestantes e puérperas no grupo prioritário de vacinação contra o coronavírus. No entanto, a pasta divulgou essa recomendação apenas em abril deste ano, quando os números de mortes entre o grupo já registravam recordes. Antes, a imunização de grávidas e mães de recém-nascidos era indicada somente para aquelas que tinham doenças preexistentes (comorbidades) ou pertencentes a outros grupos prioritários, como aquelas inseridas na faixa etária da vez ou profissionais da saúde.


No Senado, o pedido para que gestantes e puérperas tivessem prioridade na campanha de vacinação tramita desde março. O PL 930/2021, de autoria da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), prevê que o grupo deve ser vacinado logo após as pessoas com mais de 65 anos de idade. Já a nova recomendação do Ministério da Saúde estabelece duas fases para a imunização. Primeiro devem ser vacinadas as gestantes e puérperas com comorbidades, independentemente da idade. Depois, na segunda fase, todo o grupo será considerado para a vacinação.


A integrante do Observatório Obstétrico argumenta que as gestantes devem ser consideradas como um grupo de risco, pois têm mais probabilidade de desenvolver formas graves da doença e de serem hospitalizadas:


— Nas primeiras publicações [de estudos sobre a covid-19], não se considerava que gestantes eram do grupo risco, mas no ano passado o CDC [Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos] apontou que elas correm maior risco de serem internadas em unidades de tratamento intensivo, precisarem de intubação e até de ir a óbito. As gestantes não têm maior risco de contrair a doença, mas quando pegam, podem ter uma evolução pior do que mulheres da mesma idade que não estão grávidas.


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